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Passeio no Cemitério da Saudade: Uma aula de história e cultura

Rafael Filho


José Rubens Incao (à esq.) conversa com visitantes, antes do início do passeio, na entrada do Cemitério da Saudade. (Crédito: Rafael Filho)


Uma multidão reunida em frente ao cemitério da saudade, na tarde fria de um sábado de agosto, chama a atenção de quem passa. Será um novo sepultamento? Na verdade não. Era o início de mais um passeio cultural. Sim! isso mesmo que você está lendo, um passeio cultural. Que também pode ser classificado como uma aula sobre a história e a cultura da cidade de Sorocaba/SP. Com uma voz serena - amplificada por um microfone e uma mini caixa de som junto ao seu corpo - e olhar cativante, José Rubens Incao alerta os espectadores, em meio aos fortes ventos que balançavam seus cabelos: “onde estamos pisando foi um local de enforcamentos”.


“No passado brancos, eram presos, negros enforcados. Desconheço o registro de algum branco que foi enforcado por assassinato”, relata Incao. Onde hoje se localiza a Praça Pedro de Toledo, em frente à entrada principal do cemitério, era uma região conhecida como Campo da Forca, onde pessoas receberam o enforcamento como pena por terem cometido homicídio. Conforme fala de Incao, a população assistia os escravizados serem enforcados e os senhores levavam outros escravizados para que ficassem intimidados ao assistirem a situação.Os enforcamentos ocorriam somente após a análise do juiz de São Paulo. O carrasco era contratado de outra cidade, e recebia pelo serviço. A construção das forcas era custeada pela prefeitura.


Com grande conhecimento e experiências que a vida lhe proporcionou, Incao, que hoje está com 59 anos, é um pesquisador nato, já que não possui uma formação específica como uma graduação em história, por exemplo, tendo formação a nível de ensino médio em administração pública. Ele explica que suas falas refletem o que “foi colhido em pesquisas, arquivos, livros velhos e novos, entrevistas, boas conversas e um olhar curioso e atento ao que fomos, somos ou poderemos ser”.


José Rubens Incao: “O que falo, foi colhido em pesquisas, arquivos, livros velhos e novos, entrevistas, boas conversas e um olhar curioso e atento ao que fomos, somos ou poderemos ser”. (Crédito: Rafael Filho)


Misericórdia: Quando a fé e uma corda podem definir a vida


Incao conta sobre a existência da Bandeira da Misericórdia, que representava a Irmandade da Misericórdia (ou da Boa Morte ou dos Aflitos).Esse grupo religioso, acompanhava a cerimônia da forca, amparando o condenado em seus últimos momentos. “Era lhe dado um período para suas orações e confissão dos pecados. E após isso, era ministrada a benção por um sacerdote”, explica Incao.


Ainda conforme as palavras de Incao, a Bandeira ou Estandarte da Misericórdia era erguida perante a vítima, antes do enforcamento. Se durante a ação do carrasco, a corda arrebentasse, livrando-o da morte, era considerada a intercessão da Misericórdia e a vítima não poderia ser enforcada, podendo ser liberta ou cumprir a pena na prisão.


Sorocaba conserva parte desta história nacional, pois “guarda uma das poucas Bandeiras da Misericórdia preservadas do Brasil, que se encontra atualmente no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra”, reforça Incao. “Há registro de sete enforcamentos de escravizados. Os últimos três a serem enforcados pertenciam à família de Dona Gertrudes Eufrosina, mãe do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Condenados por matarem o feitor da Fazenda Passa-Três, no Natal de 1841, foram julgados e mortos em abril de 1842”, detalha Incao.


Aprendendo história durante o passeio



Na entrada do cemitério existe um par de vasos, com uma chama em cada uma de suas bocas. Segundo Incao, de maneira simbólica, eles representam um local de descanso dos restos mortais, e a chama representa uma nova vida. (Crédito: Rafael Filho)


Antes de dar início ao passeio, Incao, que atualmente é diretor da Biblioteca Infantil de Sorocaba, aponta para um par de vasos com chamas em suas superfícies, que se encontra na entrada do cemitério e explica que os vasos representam os restos mortais, que estão guardados, descansando ali. E as chamas significam a vida, ou seja, “o corpo morre, mas uma nova vida começa”.


Incao explicou para os visitantes, que “a palavra cemitério vem do grego koimétêrion, significando lugar para dormir, dormitório, local de repouso”. Durante muito tempo, as igrejas serviram como cemitérios, pois existia a ideia de que ao ser sepultado nestes ambientes, a chance de alcançar o céu após a morte eram maiores. Mas isso também era uma forma de segregação social, já que somente as pessoas ricas da época podiam usufruir de tal benefício. A cultura de se construir túmulos em formato de igrejas, veio com os imigrantes italianos como forma de protesto. “Se não posso enterrar na igreja, faço um túmulo no formato dela”, declara Incao.


Túmulo de Francisco Festa (família tradicional sorocabana) em formato de igreja. Acreditava-se que ao ser sepultado neste tipo de construção, era certeza de um encaminhamento divino para sua alma. (Crédito: Rafael Filho)


Podendo ser visto como mais um exemplo dos contrastes sociais existentes em épocas passadas, Incao comenta que por diversos anos, os “caixões eram emprestados por irmandades (associações religiosas que prestavam assistência aos enfermos e pobres) ”, para uso coletivo. Pode parecer desumano, mas era a realidade daquele tempo. Usava-se o caixão para o transporte do corpo e após o enterro ele era levado para ser usado por outra pessoa.


Demonstrando que assuntos tão falados na atualidade como o preconceito e a xenofobia ocorrem há muitos anos, Incao comenta sobre a criação do primeiro cemitério protestante da América do Sul, na Fazendo Ipanema em Iperó/SP (1811). Isso se fez necessário, porque “alemães protestantes não podiam ser enterrados nos cemitérios comuns. Em 1872, um grupo de protestantes requereu e conseguiu espaço dentro do cemitério da saudade”, ele conta.


Cruz de ferro fundida na Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, em seu período áureo (1865-1895). Nesta época, se produziam máquinas, ferramentas, objetos e cruzes para túmulos. Nelas eram registrados os dados sobre os sepultados que as receberiam. (Crédito: Rafael Filho)


“Vocês sabem por quê os enterros eram geralmente à noite e em alguns a quantidade de velas eram maiores?” questiona Incao. Por incrível que pareça, a resposta para essa pergunta é status. O ego humano às vezes é tão grande, que parte das famílias optava pelos sepultamentos noturnos, para que as luzes das velas pudessem ser vistas por muitas pessoas. O uso de muitas velas demonstrava que aquela pessoa era reconhecida na sociedade ou que possuía uma boa condição financeira.



Imagem de um anjo em posição de observação. Essa postura representa guarda, vigília sobre a alma do que ali está enterrado. (Créditos: Rafael Filho)


Outra curiosidade contada no passeio, é sobre a origem dos velórios. Os espectadores ficaram sabendo que ele vai muito além de uma homenagem. E que a sua grande duração, não era somente para esperar por visitas ao falecido. Incao conta que no passado o estanho (diferente do encontrado atualmente) era utilizado como veneno paralisante. A pessoa que o tomava ficava com aparência de que estava morta, “então o corpo ficava 24 horas em observação, sendo velado, para verificar se a pessoa não acordava daquele estado em que se encontrava”, conta Incao.

Febre amarela em Sorocaba: grande aumento no número de mortes


Entre o fim do século XIX e início do XX, Sorocaba foi assolada por um surto de febre amarela e morreram centenas de pessoas. Incao conta que o cenário era desolador, as famílias colocavam os corpos dos falecidos nas ruas da cidade, chegando a esperar dias para que fossem retirados pelos caminhões da prefeitura. No enfrentamento da doença, algumas figuras se destacaram, e permanecem na história de Sorocaba até hoje: o médico Emílio Ribas e o religioso João Soares do Amaral, mais conhecido por Monsenhor João Soares.


Ribas (que dá nome a um grande Instituto de Infectologia na cidade de São Paulo/SP), combateu na época o que hoje chamamos de fake news. “Havia uma crença entre a população de que a febre era transmitida se você tivesse contato com alguém que estivesse contaminado”, conta Incao. Confiante nos seus conhecimentos técnicos-científicos e para derrubar essa ideia equivocada, em uma ocasião Ribas vestiu as roupas de uma pessoa que havia falecido com a doença.


Tendo hoje seu nome em uma das ruas do centro de Sorocaba, Soares foi um líder religioso, responsável por uma das reformas e ampliações da Catedral da cidade. Durante o surto da febre amarela, ele amparou os doentes e necessitados. “Haviam duas frentes: o Monsenhor dando o consolo espiritual e Ribas o respaldo médico para as famílias”, explica Incao. Soares veio a falecer em 1900 contaminado pela doença. Tornou-se conhecido como o “Mártir da Febre Amarela”.


Túmulos famosos e a preservação da história


Túmulo de Francisco Scarpa. Juntamente com outros como o de Aluísio de Almeida (Pseudônimo de Luiz Castanho de Almeida), historiador que dá nome à Biblioteca da Universidade de Sorocaba (Uniso), fazem parte dos famosos que se encontram enterrados no Cemitério da Saudade. (Crédito: Rafael Filho)


Esperançoso, Incao comenta que os cidadãos sorocabanos devem, dentro das suas possibilidades, cobrar o poder público para que túmulos de pessoas como Francisco Scarpa, sejam cuidados tanto para conservação da arquitetura quanto pela história do município. “Não falo isso por ser uma família famosa, mas pelo que fizeram pela cidade, os benefícios que trouxeram”, explica Incao. Ele complementa defendendo que muitas das construções que existem dentro do cemitério, fazem parte da identidade cultural de Sorocaba.


Outro túmulo muito visitado, cuja conservação é mantida pela população de Sorocaba, principalmente por devotos que atribuem milagres a sua pessoa, é o da menina Julieta Chaves. Segundo explicação de Incao, aos 7 anos de idade ela desapareceu de casa e foi encontrada morta junto ao córrego Itabaca (próximo à atual Avenida Pereira Inácio), vítima de violência física.


Sua morte gerou grande comoção na cidade, que se uniu para a construção de seu túmulo, que no início foi feito em mármore. Posteriormente, um novo túmulo foi construído, em forma de capelinha, doação de Nicolau Scarpa. Incao cita também o nome do descendente de portugueses, Antonio Francisco Gaspar falecido em 1972. Ferroviário, historiador, escritor e dramaturgo, ele foi uma das figuras mais atuantes de Sorocaba, na valorização e preservação da cultura e da memória. Publicou livros e dezenas de artigos em jornais da cidade.


Túmulo da menina Julieta Chaves. Cuidado por meio da própria população, é um dos mais visitados, principalmente por devotos que atribuem a ela, o alcance de graças. (Crédito: Rafael Filho)


Monsenhor João Soares foi também o “mentor espiritual” de uma das figuras mais emblemáticas e famosas de Sorocaba, que chegou à cidade durante o surto de febre amarela: o médium João de Camargo. Filho de escravizados e agricultor, Camargo foi considerado o “psicólogo dos pobres”. Ele atendia necessitados e auxiliava doentes com plantas, rezas e muita fé, na Capela Senhor do Bonfim, localizada hoje no bairro Campolim.


Conforme demonstrado no filme Cafundó (2005), com direção de Clóvis Bueno e Paulo Betti, durante o tempo em que sofria com o alcoolismo, Camargo teve uma visão com o Monsenhor João Soares. Nela, ele era orientado a abandonar a bebida, atender ao chamado da espiritualidade e construir uma igreja. No início, a capela foi erguida pelas mãos de Camargo, utilizando o barro em sua estrutura. Desde seu falecimento em 1942, o túmulo de João de Camargo (que é uma réplica de sua igreja) é um dos mais visitados da cidade, principalmente em datas comemorativas, como o dia de sua morte, Abolição da Escravatura, Finados e o dia da Consciência Negra.


Túmulo do médium João de Camargo. A construção é uma réplica de sua igreja que se encontra hoje no Parque Campolim, em Sorocaba. (Crédito: Rafael Filho)


A importância do passeio para os visitantes


Grande apoiadora da cultura regional, a representante comercial Denise De Camargo, conta que participa há mais de 10 anos de passeios organizados pela Biblioteca Infantil de Sorocaba. Com relação aos realizados no Cemitério da Saudade, ela afirma que além deles serem históricos, retratam toda a importância das pessoas que construíram a cidade. Mulher negra e integrante da Secretaria de Cultura do município, Denise comenta que “o período escravocrata deixou profundos estigmas nas pessoas da nossa cidade. Porém, elas lutaram e conquistaram direitos, e hoje temos um cemitério para todas as etnias. Isso demonstra que a persistência e a luta trazem resultados”.


Denise Camargo: “Hoje qualquer pessoa pode ser enterrada aqui, no passado não era assim. O passeio serve para que os fatos não caiam no esquecimento. A história que não é lembrada, pode ser esquecida”. (Crédito: Rafael Filho)


Para Denise, o cemitério da saudades representa uma junção de etnias, pois além de receber pessoas de famílias tradicionais, ele representa a luta por espaço que as outras pessoas menos favorecidas (negros, indígenas, de religiões preconceitualizadas e imigrantes) tiveram que exercer. “Hoje qualquer pessoa pode ser enterrada aqui, no passado não era assim. O passeio serve para que os fatos não caiam no esquecimento. A história que não é lembrada, pode ser esquecida”, ela reforça.


O estudante de Licenciatura em Geografia (UFSCar/Sorocaba-SP) Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves já havia participado de um passeio cultural com José Rubens Incao anteriormente. Ajudando na organização dos visitantes, ele comenta que no ano de 2022 pôde acompanhar efetivamente as atividades de passeios como: Igreja de João de Camargo; Mosteiro de São Bento; Bairro Vila Hortência; Cemitério da Saudade; e Centro Histórico de Sorocaba.


Gabriel Cerqueira (ao centro): “O Zé Rubens (Incao) é uma pessoa que possui grande conhecimento teórico, experiência de vida e, sobretudo, amor sobre Sorocaba, o que explica o esmero e a qualidade das suas pesquisas e reflexões.” (Crédito: Rafael Filho)


Para Cerqueira, o passeio é de enorme relevância para o município e Incao consegue atingir diferentes faixas etárias, da criança ao idoso, devido ao seu modo didático de se expressar. Para ele, Incao dissemina informações e estimula novas gerações de pesquisadores, atuando como um vetor de integração dos estudiosos locais e das suas respectivas investigações.“ Sou um exemplo nesse sentido, inclusive, e sou realmente grato por sua colaboração em um artigo científico que publiquei em 2014 e em minha monografia, a qual encontra-se em andamento”, enfatiza Cerqueira.


“Ele incentiva a observação da paisagem e desenvolve um senso de identidade e pertencimento ao lugar, atitude que instiga à reflexão, à valorização e à preservação do patrimônio histórico-cultural, contribuindo assim à edificação de um espírito cívico, humanista e democrático”, comenta Cerqueira, ao responder sobre como o passeio no Cemitério da Saudade pode auxiliá-lo na construção de sua formação em geografia. O estudante complementa dizendo que a atividade é muito importante na medida em que desvela camadas de memória e significado do passado, algo indispensável para a correlação de informações e a compreensão de fenômenos que ocorrem no espaço-tempo presente.


A origem do passeio e o retorno que ele proporciona


José Rubens Incao: “Com suas histórias, rituais, simbologias e costumes, a morte envolve seres humanos, que merecem respeito, independente de crenças, falhas, acertos e erros. Seres que nasceram, foram jovens, amaram, sonharam, tiveram suas esposas, geraram filhos, sofreram, acreditaram, e hoje são lembranças caras a muitas pessoas.” (Crédito: Rafael Filho)


Incao comenta que quando criança, acompanhava seu pai e o avô, nos eventos do dia de Finados e também quando iam realizar pinturas (manutenção) nos túmulos. Durante as atividades, eles contavam histórias para o menino referentes aos cemitérios e a cidade de Sorocaba. Fazendo parte da equipe da Biblioteca Infantil da cidade, Incao teve a ideia de organizar passeios culturais pelo município, selecionando locais de importância para os moradores. “Em 2002, a ideia criou muito impacto por ser no cemitério. De lá para cá, ele é o que mais atrai público, até pela diferença e curiosidade das pessoas, que se surpreendem muito. Elas chegam com medo e saem calmas, serenas. Elas veem quanta informação se faz presente na casa dos mortos”, ele comenta.


Sobre as pessoas que às vezes reagem com receio ao ouvirem a ideia do passeio, Incao alerta que esse primeiro olhar precisa ser revisto. Para ele, precisamos tomar cuidado com as primeiras impressões, não somente sobre o cemitério, mas também com outros temas, como: as pessoas, a cidade e as notícias que recebemos. “Você tem que mastigar, digerir. A atualidade não nos dá tempo de digestão das informações. Tem que ser seu ritmo. Assim vai descobrindo não só o cemitério, mas as pessoas, a diversidade, a cidade, o país, e esse grande barco que somos e estamos:o planeta Terra ”, pondera Incao.


“A atualidade não nos dá tempo de digestão das informações. Tem que ser devagarzinho, como quem come sopa quente, pelas beiradas e ir se aprofundando no seu ritmo. Assim vai descobrindo não só o cemitério, mas as pessoas, a diversidade, a cidade, o país, e esse grande barco que somos e estamos:o planeta terra”, (Crédito: Rafael Filho)


Sobre o feedback dos visitantes, Incao conta que as falas são de surpresa, e encantamento. Muitos ficam felizes por perder o medo (oriundo do desconhecimento sobre o ambiente) do cemitério. Para ele, as pessoas precisam refletir sobre o quanto de informação, vida e simbologia existem no local, que no correr dos tempos se perdeu o referencial, mas que fazem parte do presente. Incao aponta que nós seres humanos achamos que somos a cereja da civilização. Mas na verdade, somos nada mais do que o passado em transformação. Todo o conhecimento passado e adquirido através da genética ou da cultura de cada um, fazem parte da transformação que se adequa para o tempo presente.


“Peço que admirem essa diversidade maravilhosa em todos os sentidos, que estamos convivendo e que exercitem isso. Tudo sempre é interessante, a partir do momento que você vê com serenidade, com tranquilidade”, enfatiza Incao, que costuma finalizar o passeio na frente de um túmulo cuja lápide possui uma frase que ele deixa de reflexão a todos: “Os mortos não morrem quando morrem, morrem quando são esquecidos”


José Rubens Incao, costuma finalizar o passeio na frente de um túmulo, onde em sua lápide possui uma frase que ele deixa de reflexão à todos: “Os mortos não morrem quando morrem, morrem quando são esquecidos”. (Crédito: Rafael Filho)




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