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A BELEZA ETERNIZADA DAS LENTES

"A fotografia tem essa possibilidade de conseguirmos tornar as coisas banais importantes"


Patrícia Bragante


"Quando eu penso a fotografia como algo que pode ter um olhar mais demorado sobre o mundo e sobre as coisas, encontro nela uma ferramenta de estudo, uma possibilidade de ter esse olhar mais contemplativo as coisas do mundo e consequentemente dedicar mais atenção, mais cuidado ao produzir a fotografia e acredito que a consequência disso é acabar sendo um pouco mais cuidadoso na condução das coisas da vida", define José Neto, a fotografia.


Na área desde 1985, José Ferreira da Silva Neto, de 52 anos, fotógrafo e atualmente professor de fotografia na Universidade de Sorocaba - Uniso, relata sua vivência e perspectiva com os cliques.

Por trás das lentes (Crédito: Giovana Almeida)


Neto, diz que se envolveu com a profissão por necessidade de trabalhar, mas logo acabou se apaixonando pela fotografia. Indicado por alguns amigos para o cargo de assistente de estúdio, iniciou sua carreira há 37 anos ao lado de quatro fotógrafos. No início passou por desafios financeiros, usando equipamentos emprestados. O fotográfo ainda diz que com o uso dos smartphones hoje em dia, as fotos se tornaram acessíveis para todos.


"O que me motiva a continuar fotografando é a possibilidade de ter a fotografia com um olhar mais cuidado para as coisas que estão próximas ou por coisas que se encontra. Ter um olhar mais demorado, perceber a luz, as características daquilo que você quer fotografar e isso traz um conhecimento maior sobre o mundo e sobre as coisas", afirma o professor acadêmico.

Secando as botinas (Crédito: José Neto)


Falando um pouco mais sobre sua vivência, o fotógrafo diz que para registrar culturas e histórias não basta só o olhar cuidadoso, é necessário também dar atenção e compreender o assunto que irá dedicar um tempo para fotografar, sendo só assim possível produzir um clique com a autenticidade e riqueza de detalhes.


Neto, relata nem sempre ser fácil o ofício. Ainda no início da sua tragetória ao fazer um trabalho de escola relacionado à pobreza percebeu que produzir imagens muitas vezes é mostrar a miséria do outro e diz, "Essa dificuldade a gente tem que aprender a lidar, porque é uma forma da gente levar informação, da gente revelar aquilo que grande parte das pessoas não tem acesso. Então, a gente acaba através das imagens, fazendo com que outras pessoas acessem fatos, notícias, acontecimentos que elas jamais teriam acesso se não fosse através dos olhos, do olhar de um fotógrafo".

Miséria (Crédito: José Neto)


O professor de fotografia ainda aconselha quem está iniciando, dizendo ser importante o consumo de material visual, "Ver fotografia impressa, não só a fotografia da tela, porque o olhar para a tela é um olhar muito rápido, muito difícil de você reter muitas informações que logo vem uma outra imagem e sobrepõe".


Neto também destaca para todos que desejam fotograr o consumo de história e literatura, de tudo aquilo que possa se traduzir em repertório para na hora do clique tentar contar uma história através das fotos, sendo esse conhecimento o recurso inicial para produzir uma boa imagem.


Maracatu Mukumby (Crédito: José Neto)

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